21 agosto 2008

CRIMINALIDADE

20 agosto 2008- Uma carrinha de valores foi emboscada por um grupo de homens armados, na A2, em Aljustrel. Os assaltantes usaram explosivos para chegar ao dinheiro e armas com miras laser, métodos inéditos em Portugal.
O assalto aconteceu cerca das 2.30 horas da madrugada, junto à área de serviço de Aljustrel, no sentido Norte/Sul e teve por alvo uma carrinha da Prosegur. Os assaltantes, entre cinco e oito, usaram três viaturas de alta cilindrada para bloquear a marcha do veiculo blindado.Um dos carros dos assaltantes colocou-se à frente da viatura blindada, uma outra ficou colocada lateralmente e a terceira atrás, para impossibilitar qualquer hipótese de fuga.
A primeira acção violenta foi o lançamento de um engenho explosivo, que foi rebentar à frente da carrinha, imobilizando-a. Segundo fontes policiais, logo a seguir foram disparados vários tiros de armas de guerra contra a cabina ocupado pelos dois seguranças.Os impactos acertaram no vidro da frente, sem o conseguirem perfurar, uma vez que é blindado, mas acabou por impedir qualquer reacção dos ocupantes da carrinha de valores. No entanto, o que mais intimidou os funcionários da Prosegur foram as miras de laser, ligadas às armas (eventualmente pistolas-metralhoras), que começaram a visá-los. Os pontinhos vermelhos de luz no seu corpo tiraram aos funcionários qualquer vontade de reagir aos assaltantes.
Encapuzados e fortemente armados, os elementos do grupo saltaram depois para a estrada, para colocarem explosivos na porta traseira do veículo. Uma violenta detonação, que foi claramente ouvida nas áreas de serviço situadas a centenas de metros, rebentaram com a porta, dando-lhes acesso aos grandes e muitos sacos de dinheiro.
O montante exacto do roubo não foi revelado.Surpreendente também foi o uso do explosivo plástico designado por C4 que não é de uso comercial, embora esteja presente no mercado ilegal.Tudo isto durou escassos cinco minutos.
Os assaltantes fugiram depois em direcção a Sul, mas apenas durante alguns quilómetros, invertendo então a marcha para Norte, através de uma saída de emergência. Antes tinham tido o cuidado de rebentar com a corrente que impede a circulação por ali, uma vez que se trata de um acesso que só é aberto pela Brigada de Trânsito da GNR para fazer circular socorros em caso de acidente.
Na fuga, os assaltantes lançaram ainda, em ambas as faixas de rodagem, pregos e outros objectos pontiagudos em metal, para atrasar qualquer possibilidade de perseguição.O condutor da viatura da Prosegur sofreu ferimentos ligeiros, provocados por estilhaços de vidro, mas já teve alta hospitalar.
Para o general Leonel de Carvalho, secretário-geral do Gabinete Coordenador de Segurança, o "assalto foi trabalho de profissionais", o que constitui um factor de preocupação para as autoridades, sobretudo pelo profissionalismo revelado na recolha de informação e na execução por parte do grupo.
Outra questão séria é a "utilização de explosivos", o que pela primeira vez acontece no nosso país em assaltos a carrinhas de valores. O próprio tipo de explosivo usado torna o caso invulgar, pois revela um conhecimento técnico que não é comum em Portugal nos meios criminosos.

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